O campo de concentração de Dachau – Alemanha
O campo de concentração de Dachau fica a 5 km ao norte de Munique, a capital da Bavária na Alemanha.Foi construído em 1933 em uma antiga fábrica de pólvora, em cerca 6 semanas após Hitler tomar o poder. Ele foi considerado um campo “modelo” para os outros campos construídos. Dachau chegou a abrigar mais de 200 mil prisioneiros de mais de 30 países. No período nazista os campos de concentração cresciam a cada dia que passava… Esse é o mapa que mostra os principais campo desse período na Europa. O mais “conhecido” é de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, onde 1,3 milhões de pessoas perderam suas vidas. Anne Frank, a menina que ficou famosa pelo seu diário, foi levada para o campo de Bergen-Belsen, perto de Hannover, ao norte da Alemanha. Campos de concentração e exterminação na Europa Como chegar? Fomos até a estação central (Hauptbahnhof) de Munique e pegamos o S-bahn número 2 em direção à Passen, saltamos na estação Dachau, e de lá pegamos um ônibus 274, (ou 276) até o campo de concentração (Konzentrationslager). Compramos o XXL Ticket, que valei para as regiões 1 a 8 de Munique para até 5 pessoas por 14,20 euros, e vale para metro, ônibus e trem local da cidade. O único dia do ano que Dachau fecha é dia 24/12. Eles oferecem tour guiado em inglês 2 vezes por dia, às 11hs e às 13hs, custa 3 euros por pessoa e dura 2,5hs. Há tour em alemão e italiano também. (Infos no site). Recomendo muito esse tour guiado! Nossa guia se chamava Antje, era advogada e uma das melhoras guias que já tive. Era notável que ela gostava de estar ali nos ensinando sobre suas experiências e conhecimentos da época do nazismo contando relatos de sobreviventes e dos livros que leu. (Ela recomendou um que logo comprei na livraria do museu chamado “Wir weinten tränenlos…” ou “Nós chorávamos sem lágrimas”, com depoimentos dos sobreviventes de Auschwitz, na Polônia). Também tem a opção de Audioguide, disponível em 8 línguas, no valor de 3,50 ou 2,50 para estudantes. Algo que me chamou atenção é que Dachau não tem só o campo de concentração mas uma cidade normal como as outras alemãs. A guia até comentou que rola um preconceito com os moradores de Dachau pelas pessoas sempre associarem com o holocausto e todo lado negativo do que se passou ali no passado. Ela também disse que as crianças alemãs, pelo menos 1 vez no colégio, na 9a série, devem visitar um campo de concentração alemão para aprender sobre o passado “negro” alemão. Acho que por isso até as gerações mais novas tem vergonha de demonstrar patriotismo como muitos outros países vizinhos… Por exemplo, se você for na Suíça, verá muitas bandeiras pelas casas e prédios na cidade. Na Alemanha isso é muito raro (tirando época de copa do mundo), e muito associam a demonstração de patriotismo com os “nazis” que existem até hoje em pequenos grupos pelo país… Um dos turistas do nosso grupo perguntou a ela a partir de quando começou a ser ensinado nas escolas dos campos de concentração… Ela disse que até a década de 80 muitos preferiam ainda não tocar no assunto, ou tentar esquecer… Mas depois disso houveram jovens que sabiam que aquilo devia ser ensinado e colocado nos livros para que por mais difícil que fosse, aquela era a realidade da década de 30 e 40 na Alemanha. Aqui vão algumas fotos de Dachau… Entrada do campo – à esquerda fica a bilheteria Essa é a entrada oficial do campo de Dachau, no centro da foto o famoso portão… Arbeit macht frei significa “O trabalho liberta” Quando você passa por esse portão, sua visão à esquerda é essa: O terreno é muito grande, com um espaço central sem contruções. Essa escultura preta com esqueletos humanos ao centro, foi feita por Nando Glid, e retrata os vários suicídios que ocorreram dentro do Campo de Dachau. Sustentando a escultura, postes de ferro que simbolizam os muros e as grades impedindo os prisioneiros de fugirem. De 1933 a 1945: funcionamento do Campo de Dachau Há mais de 31mil mortes registradas em Dachau, mas esse número com certeza é muito maior devido às mortes não registradas. Muitos prisioneiros soviéticos nunca foram registradas e devido ao seu grande número de pessoas, eles eram simplesmente executados. Experimentos médicos foram realizados em muitos prisioneiros, lembrando dos experimentos de Joseph Mengele… O campo começou inicialmente para brigar presos políticos. E mais tarde recebeu médicos, religiosos, e outras profissões. Pouco antes da libertação dos 67 mil presos “restantes” em 1945, muitos presos bastante delibitados morreram sendo forçados a fazer marchas de corrida. O campo, hoje um memorial, conta com um museu, utensílios domésticos, uniformes, livros de registros dos prisioneiros com seus devidos números, endereços, profissões. Essas casas eram os dormitórios Prisão do campo. Havia algumas celas que devido ao seu pequeno espaço, o preso ficava em pé, sem poder se sentar pois não tinha como dobrar os joelhos. E eram também sem janelas. Dentro de cada cela também haviam aquecedores, que nunca eram ligados. Mas foram instalados ali para mostrar para as pessoas através de propagandas como era “bom” ir para o campo. Pois era “quentinho”, tinha árvores e flores, comida e cama… Coisa que muitos já não possuiam mais por terem perdido tudo durante a guerra… Nas celas também há frases de ex-presos relatando suas condições de vida no campo: Tradução: “4 meses no Bunker, 4 meses de detenção no escuro, 4 meses com comida quente a cada 4 dias. Eu só queria que chegasse o quarto dia para que eu pudesse acordar e comer. Estou em um estado de transe.” Erwin Gostner, Julho 1938 Foto década de 40 Os dormitórios eram em construções compridas uma ao lado da outra. Hoje apenas um dos prédios foi mantido para visitação. Os outros destruídos após a liberação dos presos em 1945. Dentro, tudo original. Banheiros, lavatório, camas. Situação dos “moradores” do campo de concentração Fonte: google É muito